A produção de energia elétrica e a diversificação da matriz energética são índices que demonstram o desenvolvimento de um país. Dentre as possibilidades de fontes de energia temos as fontes renováveis e as não renováveis, as quais podem ser centralizadas (grandes centrais de produção de energia) ou descentralizadas (micro e pequenas unidades produtoras de energia). Você conhece a composição energética e elétrica do Brasil?
Tem interesse em compreender as contribuições das principais fontes de energia na matriz elétrica brasileira na geração distribuída ? Leia esse post até o fim e amplie seus conhecimentos sobre esse valioso setor energético brasileiro.
Para quem não sabe, a ANEEL (Agência Nacional de Energia elétrica) é uma autarquia vinculada ao ministério de Minas e Energia. A ANEEL foi criada para regular o setor elétrico brasileiro. Vale destacar que os diretores dessa agência são nomeados pelo presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Dessa forma, o governo federal realiza suas articulações e planos para o desenvolvimento do setor de energia do Brasil.
As fontes de geração de energia estão espalhadas por todo o território nacional e a composição da oferta interna de energia é dividida, infelizmente em fontes não renováveis e, felizmente, em fontes renováveis. Para definir se uma fonte de energia é renovável ou não renovável, basta analisar a velocidade de regeneração da fonte. Aquelas fontes que regeneram com velocidade superior ao consumo da energia são consideradas fontes de energia renovável. Os principais exemplos dessas fontes renováveis são: solar, eólica, hidrelétrica, geotérmica, biomassa e maremotriz.
Devido ao avanço tecnológico, a utilização e aproveitamento dessas fontes renováveis, de forma sustentável, estão cada vez mais comum em nosso dia a dia. Já as fontes de energias que não regeneram, ou seja, que só tendem a esgotar com a utilização (com o consumo), são consideradas fontes não renováveis de energia. Os exemplos são os combustíveis fosseis como o petróleo, carvão mineral e gás natural e, também, os combustíveis nucleares.
Matriz energética e matriz elétrica brasileira
Vamos compreender a diferença com relação à matriz energética e elétrica do Brasil. A matriz energética brasileira representa toda a demanda de energia do país para todas as atividades desenvolvidas por aqui. A matriz energética é composta por combustíveis de automóveis, caminhões, maquinários, gás de cozinha, energia elétrica e todas as demais formas de energia que move o país.
A composição da matriz energética é constituída por, aproximadamente, 55% de fontes não renováveis (ex. combustíveis fósseis, gás natural e termoelétrica) e 45% por fontes renováveis (ex. hidrelétricas, solar, eólica e biomassa). Portanto, infelizmente quando o assunto é matriz energética, ainda estamos precisando de evolução. Mesmo assim, estamos a frente da matriz energética mundial que, atualmente, é composta por apenas 14% de fontes renováveis.
Por outro lado, a matriz elétrica é uma fração da matriz energética e representa apenas as demandas de energia elétrica. Ou seja, somente a energia que abastece nossas casas, empresas e iluminação pública. A matriz elétrica brasileira já é constituída por, aproximadamente, 83% de fontes renováveis como: hidrelétrica, eólica, biomassa e solar. É evidente que a utilização das fontes de energia renovável além de serem fontes de energia inesgotáveis e limpas, causam menores impactos ambientais quando comparadas às não renováveis. Nesse sentido, o que falta para você começar a produzir sua própria energia elétrica de forma sustentável?
As unidades produtora de energia elétrica são classificadas como geração centralizada (GC) ou geração distribuída (GD). Tudo começou com a geração centralizada, com a construção das grandes usinas produtoras de energia, como por exemplo, as imensas hidrelétricas e as geradoras de CO2(g), também conhecidas como termoelétricas.
As fontes renováveis se destacam nesse cenário e a geração centralizada representada pelas megas hidrelétricas, pelos grandes complexos solares e eólicos e até hoje, infelizmente, pelas termoelétricas, são as principais responsáveis pela produção de energia elétrica no Brasil. Com o avanço da tecnologia, a geração de energia está passando cada vez mais para a geração distribuída (GD).
Matriz elétrica e suas fontes renováveis na geração distribuída (GD)
A famosa e moderna geração distribuída (a tão querida GD) é representada pelas mesmas tecnologias, porém mais compactas, mais eficientes e, portanto, causam menores impactos ambientais. Claro que as tecnologias que geram CO2 não estão presentes na GD, ou seja, na GD estão somente as unidades produtoras de energia elétrica a partir de fontes renováveis.
Essa história de GD começou com as atualizações das legislações da ANEEL em 2012 com a criação da resolução normativa 482 (REN 482/2012). Já em 2015 houve uma atualização com a REN 687. A energia que está presente em nosso dia a dia é proveniente da geração centralizada (GC) e geração distribuída (GD), as quais juntas totalizam, atualmente em 2021, algo na casa dos 180GW de potência instalada por todo Brasilzão.
A GD é representada por esses mesmos sistemas de produção de energia da geração centralizada, porém em uma escala menor, produzindo energia elétrica no próprio local de consumo; acarretando menores gastos e menores impactos ambientais. Ou seja, a geração distribuída é uma alternativa que combina fontes renováveis com tecnologias de menor escala, permitindo cada um de nós produzir nossa própria energia elétrica.
Como as tecnologias da GD causam menores impactos no meio ambiente quando comparadas com a geração centralizada, utilizar tecnologias na GD torna a geração de energia elétrica muito mais sustentável. Portanto, produzir energia elétrica através de fontes renováveis na GD é a melhor maneira para sair da conta de luz e diversificar a matriz energética brasileira.
Os melhores exemplos das tecnologias da GD são: sistemas fotovoltaicos, micro centrais hidroelétricas (MCH), turbinas eólicas e os biodigestores. Você conhece essas tecnologias? Tem interesse em ficar por dentro de todas elas? Temos vários vídeos sobre essas tecnologias no canal da Oak Energia (Youtube). Por lá apresentamos todas as vantagens, os benefícios e as aplicações de cada uma delas.
Segundo a ANEEL, a geração distribuída atingiu agora em fevereiro de 2021 o marco de 5GW de potência instalada. Dentre as tecnologias que contribuem com esse grandioso avanço, os sistemas fotovoltaicos lideram essa frente com, aproximadamente, 97% dessa potência. Contribuindo juntamente com os sistemas fotovoltaicos, estão os biodigestores, as pequenas centrais hidrelétricas e as turbinas eólicas que também já são aplicadas em todo Brasil.
Tecnologias para produção de energia
Além dos famosos e modernos sistemas fotovoltaicos que aproveitam a luz do sol para produção de energia elétrica, de forma sustentável, as micro centrais hidroelétricas (MCH) são equipamentos supercompactos e que produzem energia elétrica a partir de pequenos curso d’água. Dessa maneira, é possível possibilitar produtores rurais e donos de propriedades rurais, que possuem um curso hídrico “passando” pela sua propriedade, a produzir sua própria energia elétrica. Detalhe, as MCH não precisam de áreas alagadas como as hidroelétricas. A instalação é simples e prática. Basicamente é dividida na parte hidráulica (tubulações e conexões) para conduzir a água até a MCH e itens elétricos. A parte elétrica é a conexão elétrica com a rede de energia ou com o banco de baterias (nos sistemas Offgrid).
Já os biodigestores são os heróis capazes de converter um impasse ambiental (resíduos de criação como por exemplo, suínos, bovinos e aves, restos de alimentação, resíduos sólidos orgânicos urbanos e vários outros) em ótimos investimentos com a produção de biofertilizante, energia elétrica, térmica e até biocombustível. Portanto, os biodigestores também são responsáveis pela diversificação da matriz elétrica brasileira e ótimos aliados ambientais.
Por que na sua cidade os resíduos orgânicos não são separados e destinados para um biodigestor para produção de energia e biofertilizante? Cobre seus políticos para tornar sua cidade ainda mais sustentável.
As turbinas eólicas também já estão presentes na matriz elétrica Brasileira. Quando o assunto é aproveitar os bons ventos que possuímos por aqui em solo brasileiro, as turbinas eólicas podem ser tanto de eixo horizontal quanto de eixo vertical. Essas maravilhas modernas já estão por aqui na forma de grandes parques eólicos (norte e sul do país), quanto em pequeno porte. Essas turbinas eólicas de pequeno porte são encontradas em centros urbanos, edifícios, casas e até em regiões remotas onde não há rede de distribuição de energia.
Perspectivas do mercado de energias renováveis
Vale destacar que o Plano decenal de Energia para 2029 apresentado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Empresa de Pesquisa Energética aponta que a geração distribuída mais do que dobrará sua capacidade, com investimentos estimados em 50 bilhões de reais. Conhecer a composição da geração distribuída, bem como os avanços tecnológicos desse setor energético são fundamentais para quem tem interesse em atuar nesse mercado.
Essas boas estimativas, demonstram o quanto o setor de energias renováveis está em pleno crescimento no Brasil, mesmo durante esses tempos difíceis e atípicos que estamos vivendo. As tecnologias compactas e eficientes abriram um leque de opções para produção de energia elétrica de forma sustentável. Basta compreender a demanda de energia elétrica de cada um e qual a melhor tecnologia personalizada para cada caso.
Pessoal, compreenderam os bons números e as boas expectativas do mercado de energia renovável? Perceberam que a geração distribuída tem espaço para todas essas tecnologias e, claro, para bons profissionais que tem interesse em atuar nesse setor? Aproveite esse crescimento e conquiste seu espaço, de forma sustentável, nesse setor energético.
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